sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Always and forever.

Mamãe é assim, chega do shopping com uma lembrancinha pra mim, pro meu quarto, pro meu material da faculdade. Em tudo que faz, eu e minha irmã estamos sempre à frente. Se a gente não for, para ela não tem graça.
É organizada como ninguém, quando eu tenho certeza que meu quarto está arrumadinho, ela diz que está tudo bagunçado.
Tem mania de mudança, quem vem na minha casa sabe, cada dia o sofá está em um lugar, a mesa em outro.
Não é muito chegada a argumentação, porque só o argumento dela é válido: "Eu sou sua mãe e eu decido". Claaaro! E isso me deixa irritadíssima, mas com ela não tem vez, ela de uma forma ou de outra sabe sempre conduzir tudo do jeito que quer.
Ela nasceu com um dom raro, não se apega a nada, pensa em todo o mundo (e quando eu digo todo o mundo, entenda todo o mundo literalmente) e ela vem depois.
Aceita a dor, engole as mágoas, apazigua as brigas. Pede desculpa sem ter feito nada, aceita calada qualquer ofensa, o que ela não quer é criar confusão.
Faz amizade fácil, acho que puxei isso dela. Tem milhões de amigas em todos os lugares que vai. Faxineiras, manicures, as pessoas mais simples são as que ela mais gosta.
Tem sempre uma história para contar, fala durante muito tempo, mas é o silêncio dela que revela tudo.
Quando eu tive que escolher meu curso, ela não se importou com qual eu faria, acho que confiava na minha decisão. Ela acha o máximo o que eu escrevo, o que eu faço no computador. Chama todo mundo aqui de casa para ver, elogia de um jeito que faz com que eu não me importe se mais ninguém gostar.
Ainda assim, nunca vi minha mãe distribuir elogios sobre mim e minha irmã para ninguém. Nunca foi daquelas mães que falam horas e horas sobre seus filhos. Ela sabia nossas consquistas e habilidades e para ela bastava. Os elogios vinham dos outros.
Desde pequena, nunca deixou que eu e a minha irmã passássemos por bobas, fizéssemos papel de menininhas mimadas, cheias de caprichos. Quando a gente fazia, ela repreendia na hora. Sou tão grata por isso.
Por mais terrível que eu fosse, eu não tocava em nada quando ia na casa dos outros, não pegava nada, não pedia nada. Mas não impunha muitos limites na minha criatividade, deixava eu andar na rua com o maiô amarelo e a tiara do sol da apresentação do fim do ano do colégio, deixava eu criar a casa da Barbie de papelão, deixa eu usar os brincos de pressão enormes da vovó (na verdade eu usava meio que escondido).
Gostava das palavras que a gente falava errado e ficava provocando para gente falar de novo.
Quem dera eu um dia possa ser metade da mãe que minha mãe é.
Porque eu sei que graças a ela vivi uma infância e tanto, uma pré-adolescência e tanto e vivo uma adolescência e tanto.


Dizem que mãe é tudo igual só muda de endereço, mas a minha não. Essa é peça única.



"Even when the times got hard, you were there to let us know that we'd get through.(...)
You taught me how to understand the things people do.
You showed me how to love my God.
You taught me that not everyone knows the truth.
And I thank you, I'll always thank you, more than you will know, than I could ever show and I love you, I'll always love you. There's nothing I won't do, to say these words to you. "
- Always And Forever - Good Charlotte

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