segunda-feira, 20 de julho de 2009

Se conselho fosse bom.


Todos têm a péssima sensação de que nada me acontece, que estou sempre de bom humor e que não tenho problemas. Isso porque, eu pratico o tradicional esquema do bom atendimento: deixo os problemas em casa. Meu sorriso é cotidiano, minha gentileza é diária, meu humor é constante.

Quando decido mostrar que sou uma pessoa normal, que sofro dos mesmos problemas que todos e conto algo que me ocorreu, as pessoas discorrem conselhos e mais conselhos, me contam histórias baseadas em experiências alheias e nas próprias, como se me entendessem perfeitamente e estão sempre recheadas de conselhos baseados no senso comum e no programa Casos de Família para me dar.

É com grande dificuldade e pesar que falo sobre meus problemas e para poucos, muito poucos. Então, se eu contar alguma coisa minha, por favor, ouça com atenção, converse comigo como meu amigo e não como psicólogo, me faça perguntas, me questione, me coloque em dúvida sobre minhas convicções, mas não me diga o que fazer, não me venha com receitas prontas, não me indique livros de auto-ajuda e sempre lembre que por esse fato você é digno da minha confiança e o quanto está sendo difícil falar sobre um problema meu.

As pessoas costumam gostar do contrário, adoram o que eu tenho a dizer, me pedem conselhos, mas não gostam que eu as questione em suas ações. Gostam de procurar o remédio, a cura dos problemas, mas não procuram de onde ele foi gerado e se não sabem de onde foi gerado, não têm como se prevenir, é como se estivessem com a imunidade baixa.

E eu, eu cuido muito bem da minha imunidade e analiso todas as situações que passo. Não com muita freqüência necessito falar e necessito ainda mais ser ouvida. A cura e o remédio descubro eu, com o tempo, com as minhas análises. Meus amigos são para me oferecer um ponto de vista, que não seja o meu.



Ps: Cá esse é para você, que apesar de quase psicóloga, sabe ser minha amiga incondicional e sempre me coloca em dúvida quanto as minhas convicções e paranóias.

6 comentários:

Alonso Zerbinato disse...

Obrigado pelo comentário. Como está bonito isso aqui. Gostoso de ler, de ficar com a cara na tela. Parabéns.

Camila disse...

Não sei direito que papel eu pego pra mim quando eu começo a dar palpite, mas eu juro que eu tento ser normal ahahaha brigada pela confiança. Pra mim, vc é tão importante quanto :)
te amo! e to sempre aqui ;)

Roberta disse...

Na verdade sabemos a respostas os poréns pra tudo, a diferença está em querer aceitar a real situação ou viver em uma bola cristalizada. O ser humano é realmente muito complicado. Gostei do teu ponto de vista com relação aos conselhos e a forma como tu descreveu esta situação está muito boa. Parabéns, tu escreve muito bem ! ;*

Renata Fontanetto. disse...

Eu te entendo, porque eu odeio ficar inerte quando alguém se abre comigo. E odeio mais ainda receber aquelas frases feitas e nada criativas: "Relaxa que vai passar." "Isso é uma fase" ou então "É a vida" (essa me deixa mais pra baixo ainda >.<)

quando eu abro minhas cartas, eu quero ouvir de tudo. Seu post me lembra as diversas vezes nas quais eu sentei e me disseram a verdade que dói, a pergunta que faltava para encontrar uma luz, palavras sinceras e verdadeiras. Aquelas que foram pronunciadas com vontade!

Isso é bom. engrandece.
Um mega beijo e abraço amanda ^^

Luís Fernando disse...

Conselhos.
(Querida amiga Amanda Boer)

Sempre me deu ótimos conselhos, ótimos pontos de vistas, ótimas visões futuristas.
Sempre me alertou sobre a vida.
Sobre a família.
Sobre amigos.
E pessoas queridas.
Sempre questionou minhas atitudes.
Minhas mancadas.
Me deu conselhos sobre a ex namorada.
Sempre me disse a verdade.
Independente se isso fosse o que queria ou não escutar.
Independente se isso era o que tinha de se falar.
Apesar de intolerante, controlador e sentimental demais.
Agradeço por abrir meus olhos e em muitas atitudes me fazer pensar.
Sabe que comigo pode contar.
Sabe que estarei ao seu lado quando precisar.
Não sei se faço o tipo psicólogo ou o tipo critico.
Não sei se entendi ao certo o texto.
Pois são 22h00 e sono para sair da internet vira um pretexto.
Mas enfim, já chega de escrever.
Estou inspirado, mas ficará cansativo para quem for ler.
Versos curtos.
Versos longos.
Rimas por acaso?
Mentira foi tudo muito bem pensado.
Porém me desculpe se escrevi algo errado.
Vou guardar isso no meu cd.
Daqui 80 anos, alguém irá ler.
Chega.
Já ficou chato.
Desculpe-me o incômodo.
Mas, os pensamentos giram na cabeça de um pobre homem cansado.

Fee.

Brena Braz disse...

Eu já escrevi vários textos também sobre essa mania das pessoas de dar conselhos. kkk